quinta-feira, 21 de maio de 2009

O ócio




O ócio baiano tem muito a nos ensinar como um taxista um dia também me disse:
- Olha moça só ganha dinheiro quem tem tempo !

Com os velhos baianos ou com o taxista me pego pensando sobre isso. Será que é preciso tanto tempo assim? Depende. Só tem uma coisa que esmaga o tempo, o prazer.

“O tempo perguntou pro tempo, quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo, quanto tempo o tempo tem”.

Quando o prazer tá na frente o tempo se ajeita, se amolda e se arruma de forma tão gostosa, que não há o que não se possa fazer.

Tempo é Chronos e Kairós, aprendi recentemente isso. Um é cronológico o outro é da oportunidade.

Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar meu bem querer... Eu não quero mas meu bem quer ! O prazer em fazer pelo outro também está ai.

Os baianos, acho que eles só queriam ficar ali vendo o mar quando quebra na praia e dizendo um pro outro :

- é bonito...é bonito

O taxista o que queria ?

Os cabeças de neve pareciam ser dois amigos proseando pela vida até a hora que uma inspiração aparecesse para escrever ou compor. Mas e os filhos, as mulheres e as contas pra pagar?

E o taxista o que queria? Uma ideia que entrasse pela porta entre uma corrida e outra para sair correndo dali. As mesmas contas, as mulheres e os filhos. Só o prazer que era diferente.

E as mulheres dessas figuras? Como transitavam com estas cabeças tão cheias de imaginação? A do taxista e dos artistas.

Ah as mulheres ! Falar delas ou por elas era o que mais gostavam. Foram tantas Tietas, Gabrielas, Donas Flores e Teresas Batistas que não eram mais cansadas de guerra do que a Zelia que era amada ou a Stella de muitos mares ou no silêncio das Marisas.
Ser mulher de Chicos, Jorges, Dôris não deve ser muito fácil. O ciúmes deve ser dos versos, das histórias que aparecem das observações no pelourinho ou nos trajetos cheios de trânsito da marginal.

Escrever sobre isso é que é uma tocaia das grandes em que me meti, é melhor eu me mandar antes de entrar em uma terra do sem fim.
Pra vc curtir naquela cadeira lá de cima ...

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